O Bullet Journal, como é conhecido hoje, foi nomeado em 2015 por Ryder Carroll, um designer novaiorquino que percebeu que, assim como ele, outros profissionais que lidavam com tecnologia estavam cada vez mais voltados a usar papel para montar seus planejamentos, registrar ideias e coisas a fazer.
Bullet Journal nada mais é que isso: um método manual e personalizado de montar sua agenda e calendário, com foco no que é mais importante pra você: seu trabalho e sua vida – de forma criativa e focada nas suas prioridades. O método desenvolvido por Ryder reune em um só lugar todos os aspectos do dia-a-dia: tarefas, lembretes, planos de uma próxima viagem, compromissos futuros, listas de filmes – e o que mais você quiser. Em outras palavras, produtividade, papel e simplicidade.
Pode até parecer esquisito para você, em plena era digital abrir mão dos Outlooks da vida e apostar numa agenda física e manuscrita… Mas acredite, a ideia não surgiu do nada e vem embasada em uma pesquisa norte-americana que mostrou resultados surpreendentes em relação às pessoas que não abrem mão de anotar manualmente seus afazeres.
O estudo mostrou que escrever uma frase por dia pode nos deixar mais felizes e que escrever nossos objetivos pode nos ajudar a alcançá-los. Esses são só alguns exemplos. Vários estudos afirmam ainda que ter uma agenda e saber usá-la de forma eficiente ajuda as pessoas a serem mais produtivas e organizadas.
Atualmente há muita gente talentosa de vários países utilizando o sistema, demonstrando organização e muita criatividade. Isso porque qualquer pessoa com um caderno em mãos pode começa-lo.
Seu intuito? Segundo Ryder…
“acompanhar o passado, organizar o presente e planejar o futuro”.
Trabalho com empreendedorismo e a coisa que mais escuto dos empresários é que eles não têm tempo para incorporar novas tarefas no dia-a-dia da empresa. Acredito muito que a organização do tempo começa com uma agenda bem produtiva. Talvez, uma mudança simples, incorporada no dia-a-dia possa garantir 30 minutos exclusivos para inovar algum processo na empresa.
Não é uma técnica fácil ou intuitiva, ainda assim foi adotada por milhares de pessoas. Em entrevista ao Science of Us, o neurocientista Daniel Levitin, autor de The Organized Mind (A Mente Organizada), explica que, no geral, quanto mais difícil for uma técnica, menos pessoas a adotarão. Os bullet journals, no entanto, fogem da regra porque funcionam como uma forma de as pessoas externalizarem suas memórias.
Várias pesquisas reforçam a crença: fazer listas te deixa menos estressado e escrever à mão uma tarefa que você precisa fazer, aumenta as chances de ela ser realizada. “Em outra palavras, tirar o que está na sua cabeça e colocar no mundo, seja em uma agenda ou em post its na sua geladeira, pode te fazer bem”, afirma Levitin.
Com o designer novaiorquino aconteceu exatamente isso. Carroll, apesar de muito talentoso diz que seu dia-a-dia era uma verdadeira bagunça e que seu tempo era mal aproveitado até que bolou o seu bullet journal – uma agenda de compromissos, afazeres e intenções costumizada. Para ele funcionou tão bem que resolveu partilhar a técnica que viralizou e ganhou milhares de adeptos no mundo todo, inclusive no Brasil. É só buscar o termo “bullet journal” no Instagram, no Tumblr ou no Twitter, para encontrar várias imagens maravilhosas de pessoas que organizaram suas vidas com o método de Carroll.
Como começar um Bullet Journal?
Inicialmente, você precisará apenas de dois objetos essenciais: um caderno e uma caneta. Muitas pessoas acrescentam outros materiais nas páginas como canetas coloridas, adesivos, post its, washi tape. Isso vai de acordo com a sua vontade.
Uma outra boa ideia é usar os cadernos inacabados que sempre ficam parados em casa, evitando assim uma compra desnecessária.
Você tem o poder de direcioná-lo de acordo com suas necessidades (se é estudante, por exemplo, pode colocar os tópicos a serem estudados; se precisa limpar a casa, escreva a rotina do dia ou defina prazos; se é empresário, anote seus planejamentos, registre ideias, e assim por diante).
Na internet você encontrará vários tutoriais com dicas para criar, gerir e personalizar seu bullet journal. Compartilho duas que, podem até parecer banais, mas fazem toda a diferença para obter um melhor aproveitamento do Bullet Journal.
- Crie um Índice: independentemente de quantas páginas você vai colocar no seu bullet, a primeira precisa SEMPRE ser o índice. Sem ele, o sistema perde a função. É o índice que irá ajudá-lo a encontrar as suas tarefas ao longo do seu Bullet Journal. Exemplo: Agosto página 1-9 ; Setembro 10-18.
- Defina seu sistema de legendas: na hora de montar a legenda, o principal é você ir pelo que é mais prático. De nada adianta você colocar um milhão de símbolos ali se só vai usar dois ou três e esquecer a função da metade. Lembre-se que essa legenda é algo que você precisa identificar só de bater o olho, então opte pela simplicidade. Ainda mais se for a sua primeira vez testando o método. Se você quiser, pode saber mais sobre isso clicando aqui.
Uma última dica: Crie listas! No meu há algumas listas de coisas que planejo fazer ao longo do ano. Uma delas, por exemplo, é a lista de todos os livros que pretendo ler em 2018!
Visite o site do Bullet Journal caso queira saber mais truques e dicas sobre esta solução de gestão de tarefas. O importante é você criar a sua técnica e adaptar ao que é bom para o seu dia a dia!
Até o próximo post!
Abraços, Katiane