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Katiane Vieira

Por que a mudança de comportamento é tão difícil?

Você já tentou mudar algo na sua vida e, em pouco tempo, voltou aos velhos hábitos? Descubra por que a mudança é tão difícil e como torná-la duradoura.
mudança de comportamento

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Mudança. Quantas vezes você decidiu transformar algum aspecto da sua vida e, poucos dias depois, percebeu que estava repetindo os mesmos padrões? Você se esforça, faz planos, mas, no fim, volta ao ponto de partida.

Se isso já aconteceu com você, saiba que não está sozinho! Estudos apontam que cerca de 80% das pessoas desistem de uma mudança já na primeira semana. Mas por quê?

A resposta tem dois motivos principais: primeiro, mudar é difícil. Segundo, só mudamos quando realmente enxergamos um benefício claro na transformação.

E essa lógica vale para qualquer tipo de mudança: abandonar um vício, adotar uma alimentação saudável, criar o hábito de estudar, enfrentar o medo de falar em público, melhorar relacionamentos, mudar de carreira ou até desenvolver mais autodisciplina. O problema não está na falta de vontade, mas sim na falta de preparo para enfrentar o processo.

Mas e se você soubesse como a mudança realmente acontece? Compreender o processo pode fazer toda a diferença. Então, vamos a ele!

As 4 etapas da mudança

Mudar não é apenas uma questão de força de vontade. Nosso cérebro foi programado para buscar conforto e economizar energia, o que explica por que voltar para velhos hábitos é tão fácil. Mas se entendermos as etapas da mudança, podemos aumentar nossas chances de sucesso.

  1. O cérebro resiste (a economia de energia)

O primeiro obstáculo que enfrentamos ao tentar mudar é o próprio cérebro. Nosso sistema neurológico é projetado para poupar energia e manter padrões conhecidos. Toda vez que tentamos algo novo, o cérebro entende como uma “ameaça” e tenta nos puxar de volta para o caminho antigo.

Já percebeu como é mais fácil continuar rolando o feed do celular do que levantar e fazer exercício? Isso não acontece porque você não tem disciplina, mas porque seu cérebro quer economizar energia. A primeira batalha é contra essa resistência natural.

Além disso, essa resistência inicial pode ser um dos maiores sinais de autossabotagem, onde, mesmo sabendo que a mudança é necessária, criamos desculpas para adiar ou desistir.

Se isso acontece com você, recomendo a leitura do artigo Autossabotagem: como o cérebro te prende nela para entender melhor esse processo e como vencê-lo.

  1. A motivação é passageira (mas serve como impulso inicial)

A motivação pode até nos colocar em movimento, mas ela não dura. Estudos apontam que a motivação inicial desaparece em poucos dias ou semanas, porque ela é baseada na emoção do momento.

Quem nunca começou algo cheio de empolgação e, dias depois, viu essa energia desaparecer? É por isso que confiar apenas na motivação para mudar é um erro. Em vez disso, o segredo é criar um sistema que te faça continuar mesmo quando a motivação acabar.

Mas como construir um sistema que sustente a mudança a longo prazo?

Isso exige consistência, algo que muitas pessoas acham difícil de desenvolver. Se esse é o seu caso, o artigo Como desenvolver consistência e tornar suas metas um hábito pode te ajudar a entender como pequenas ações diárias levam a grandes transformações.

  1. O desconforto aparece (e é aqui que a maioria desiste)

Toda mudança real gera um certo nível de desconforto. Se você quer sair da zona de conforto, precisa estar disposto a enfrentar desafios.

É aqui que a maioria das pessoas desiste. No começo, tudo é novidade e até empolgante. Mas quando chega aquela fase em que os resultados ainda não apareceram e a mudança parece mais difícil do que imaginávamos, bate a frustração. Esse é o ponto crítico da mudança.

A pergunta é: o que você faz quando chega essa fase? Quem persiste, avança para a última etapa. Quem desiste, volta ao começo e tenta de novo meses depois, repetindo o ciclo.

Se você quer aumentar suas chances de sucesso, precisa se preparar para lidar com essa fase e entender quem você realmente é, quais são seus gatilhos e quais crenças limitantes podem estar te impedindo de avançar.

Uma ferramenta poderosa para isso é o autoconhecimento. Recomendo que você leia Autoconhecimento na prática: 50 perguntas para se conhecer melhor, pois nele você encontrará reflexões que podem te ajudar nesse processo.

  1. Neuroplasticidade: o novo hábito se torna automático

Se você conseguir atravessar o período de resistência e desconforto, algo incrível acontece. Seu cérebro começa a se adaptar. Esse fenômeno é chamado de neuroplasticidade, que é a capacidade do cérebro de criar novas conexões e tornar um comportamento automático.

No começo, tudo exige esforço consciente. Mas, com o tempo, aquilo que antes parecia difícil se torna natural. Pense em dirigir um carro: no início, você precisava prestar atenção em cada detalhe. Depois de um tempo, você faz isso no piloto automático. O mesmo acontece com qualquer mudança que você queira implementar.

A maior barreira: “Já tentei e falhei antes”

Muitas vezes, não é a mudança em si que nos impede de avançar, mas sim o medo de falhar novamente. Afinal, se tentamos antes e não conseguimos, por que desta vez seria diferente?

A questão é que, na maioria das vezes, o fracasso acontece porque não estávamos realmente prontos para mudar. Talvez tivéssemos boas intenções, mas não sabíamos como atravessar as etapas da mudança.

Então, se você já falhou antes, não veja isso como um sinal de que não consegue mudar, mas sim como um aprendizado. Pergunte-se: em qual dessas quatro etapas eu parei da última vez? O que posso fazer diferente agora?

Como tornar a mudança duradoura?

Se a mudança é um desafio, como podemos torná-la mais fácil? Aqui estão cinco estratégias que podem ajudar:

  1. Aceite que seu cérebro vai resistir

Saber que sua mente vai tentar te manter no caminho antigo te ajuda a não cair nessa armadilha. Identifique os momentos em que a resistência aparece e vença esse impulso com pequenas ações diárias.

  1. Não confie na motivação: crie um sistema

Motivação é passageira. Em vez de depender dela, crie um plano que te obrigue a seguir em frente mesmo quando o ânimo acabar. Agende compromissos, tenha um parceiro de responsabilidade, torne o processo inegociável.

  1. Encare o desconforto como parte do caminho

Se está difícil, significa que você está no caminho certo! O desconforto não é um sinal de que você deve desistir, mas sim de que a mudança está acontecendo.

  1. Dê tempo ao seu cérebro para criar novos hábitos

Mudanças levam tempo. Estudos indicam que um novo hábito leva, em média, 66 dias para se estabelecer. Então, paciência! Insista até que aquilo que parecia difícil se torne natural.

  1. Busque apoio

Mudar sozinho é mais difícil. Compartilhe sua decisão com alguém de confiança, procure grupos de apoio ou um mentor que possa te incentivar e orientar.

A mudança pode ser difícil, mas a recompensa vale a pena

A verdade é que mudar não é um processo linear. Haverá dias de motivação e dias de desânimo. Momentos de progresso e momentos de recaída. Mas cada pequeno avanço conta.

Se a mudança que você deseja traz benefícios para sua vida, então vale a pena persistir. Pode ser desafiador no começo, mas imagine como você se sentirá ao conquistar essa transformação.

Agora, eu te pergunto: qual mudança você deseja fazer na sua vida hoje? E qual será o seu primeiro passo?

Se este artigo fez sentido para você, compartilhe com alguém que também está passando por um processo de mudança! 

🎥 Quer se aprofundar ainda mais no processo de mudança e aprender a superar os desafios que surgem pelo caminho? Assista à minha playlist de aulas ao vivo no YouTube, onde compartilho estratégias e insights valiosos para transformar sua vida: Clique aqui para assistir.

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Katiane Vieira

Escritora, emprendedora e palestrante, com sólida formação em psicanálise e especialização em neurociência do comportamento, autoconhecimento e inteligência emocional. Com ampla experiência no mundo empresarial e no desenvolvimento humano, seu objetivo é motivar pessoas de todos os cantos do mundo a obter mais benefícios de suas atividades diárias e a conquistar mais equilíbrio, realizações e crescimento, para que possam se tornar sua melhor versão e viver com mais propósito e felicidade.

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