Nossa sociedade nos encoraja para a obtenção do conforto. A grande maioria dos produtos e serviços são pensados, desenhados e publicitados dia após dia para nos sentirmos mais confortáveis, e ainda bem!
O conforto que tanto procuramos e lutamos para obter é sem sombra de dúvida uma dádiva na vida de todos nós. É este conforto que facilita a vida, nos traz uma sensação de conforto depois de um dia exaustivo de trabalho, nos revitaliza o corpo e a mente, por tudo isso, o conforto estará sempre na mira da humanidade.
No entanto, o desafio, a aventura e o incomodo são promotores do desenvolvimento e crescimento. O desafio, talvez seja aquilo que mais coloca à prova nossa capacidade e nos faz avançar. Portanto, de confortável, a Zona de Conforto não tem nada. É na verdade uma grande cilada.
O desafio e a motivação, ambas entrelaçadas permitem a transformação pessoal. Cada desafio que enfrentamos ou a que nos propomos, são oportunidades para criarmos um “Eu” mais capacitado, habilidoso e realizado.
Procure desafios que mexam com você
Cabe a cada um de nós de forma constante e persistente procurar desafios que nos motivem. E cabe a você perceber quando se encontra aborrecido e entediado por se ter enraizado na sua zona de conforto. Para que nos seja mais fácil entender sobre o que aqui quero apresentar, importa esclarecer que, o fato de querermos conforto em nossas vidas, não é sinônimo de vivermos sempre na nossa zona de conforto, são coisas distintas. Zona de conforto, também não se trata de um sítio ou espaço a que recorremos quando necessitamos descansar ou restabelecer energias. Apenas a palavra é comum, e por isso, pode nos induzir ao erro. São conceitos distintos ainda que se toquem indiretamente.
Durante a vida, as pessoas, de uma maneira geral, costumam se acomodar, refugiar-se na sua “zona de conforto”. Acostumam-se com uma certa rotina, conformam-se a um determinado modo de vida, seja no âmbito familiar, social ou profissional. No entanto, a vida é essencialmente dinâmica. Assim, é preciso se adaptar continuamente às mudanças que ocorrem, sob pena de estagnação.
As mudanças são desconfortáveis, trazem insegurança e ansiedade. Mas são necessárias. É preciso se preparar continuamente para os novos desafios que se apresentam todos os dias. Nada é permanente. A insegurança é a regra. Não podemos contar com a estabilidade nas relações sociais, profissionais ou comerciais. A todo o momento surgem novidades. É preciso acompanhar o progresso inevitável que ocorre a uma velocidade cada vez maior.
O que é zona de conforto?
É o conceito base de qualquer aprendizagem, evolução ou transformação. A zona de conforto se define por tudo aquilo que estamos acostumados a fazer, pensar ou sentir. É o habitual e conhecido para nós próprios. Incluí experiências positivas e negativas, comportamentos construtivos e destrutivos.
Se queremos aprender ou mudar qualquer coisa, precisamos sair do conhecido e aventurarmo-nos no desconhecido. Isto comporta um risco: todavia não sabemos o que se passará ou se seremos capazes de controlar a situação. Por isso a tendência natural é refugiarmo-nos naquilo que controlamos, a nossa experiência até à data, que assim se converte, por sua vez, no nosso refúgio e limitação. De fato, quanto mais experiência acumulamos, mais razões teremos para nos mantermos na nossa já “ampla” zona de conforto.
A desconfortável zona de conforto
O desenvolvimento pessoal e a autoconfiança estão intimamente relacionados com a zona de conforto. Isto acontece porque para avançarmos, desenvolvermo-nos mais rápido e de forma mais eficiente no nosso crescimento pessoal é necessário um boa dose de confiança para sairmos daquilo que nos é conhecido, habitual e automático.
O crescimento pessoal ocorre fora da sua zona de conforto. Quando você estiver na sua zona de conforto, você não está aprendendo, nem crescendo. Fazendo aquilo que sempre fez irá obter aquilo que sempre obteve. Para crescer, você deve fazer as coisas que não está fazendo neste momento. Pense em todas as conquistas que você alcançou na sua vida. Provavelmente a maioria, se não todos as vezes, o resultado aconteceu quando fez algo novo, em vez de de praticar os seus velhos hábitos.
REFLITA: Que novas experiências você se propõe a realizar em prol do seu desenvolvimento?
Grande parte da razão pela qual se aborda o estudo das zonas de conforto é porque este conceito se torna um modelo confiável de como as pessoas irão se comportar ou reagir às situações, e ainda porque quando as pessoas se movimentam apenas na sua zona de conforto isso passa a ser visto como um elemento de estagnação na vida. Permanecendo a grande maioria do tempo no interior de uma zona de conforto não permitirá a expansão mental ou o desenvolvimento de novas ideias, conduzindo as pessoas para uma relativa estagnação ao longo da vida.
Por vezes alguns fatores externos podem contribuir para a quebra da zona de conforto. Grandes tragédias ou mudanças na vida podem levar as pessoas à mudança. Acontecimentos como o 11 de setembro de 2001 em solo americano conduziram os cidadãos dos E.U.A. a quebrarem a crença de que a América estava de alguma forma segura de ataques de terrorismo, e isso contribuiu para a forma como os americanos passaram a interpretar qualquer evento que se seguiu.
Escolha sair da sua zona de conforto
Deixar a nossa zona de conforto deliberadamente é uma oportunidade de crescimento pessoal, e preferencialmente não deve ser causado por eventos drásticos. Os estudantes que ingressam na faculdade por vezes são estimulados a olhar para novas ideias e interpretações, e estas podem levar o aluno a expandir mentalmente as suas zonas habituais e avaliar as coisas de maneiras novas. Na verdade, durante os anos de crescimento e desenvolvimento, as crianças e depois adultos jovens são constantemente solicitados a expandir as suas zonas, para assumir novas ideias, para analisar as coisas de forma mais complexa, e interpretar o mundo de uma forma crescente.
A grande maioria das pessoas acham que a zona de conforto deve ser expandida apenas na juventude, e uma vez que estes estádios “crescentes” terminem com a entrada na idade adulta, as pessoas aceitam a estagnação como algo natural. Esta ideia pode levar as pessoas a recusarem-se a mover-se mais ou pensar mais sobre as ideias que são diferentes das suas ou que estejam fora da sua zona de conforto. E isto, inibe a possibilidade de potenciar a vida.
Como sair da sua zona de conforto
Com o tempo, todos nós construímos um conjunto de hábitos de compressão e restrição em torno de nós, são aqueles hábitos que nos aprisionam numa suposta zona de conforto, e esta impede-nos de atingir todo o nosso potencial. Logo, tais hábitos enraízam-se fora da nossa consciência, mas eles ainda determinam o que pensamos e o que podemos e não podemos fazer e o que nos recusamos sequer a tentar. Se permitir que estes hábitos governem a sua vida, você vai ficar preso na sua própria teia. Uma teia que o vai paralisando!
Tal como as pequenas criaturas macias (pequenos pólipos de coral) que constroem os recifes de coral, nossos hábitos começam pouco a pouco e flexíveis, e acabam construindo barreiras de “rocha maciça” em toda a estrutura mental. Dentro dos recifes, a água é tranquila e amigável. Fora desse ambiente pacífico as águas ficam mais revoltas e o ambiente mais perigoso.
Ninguém nasce com um manual de instruções para a vida. Apesar de todos os conselhos úteis de pais, professores e idosos, cada um de nós deve fazer o seu próprio caminho no mundo, fazendo o melhor que pode e muitas vezes fazer algumas coisas erradas. Bagunçar algumas vezes não é pecado. Mas se você ficar com medo e tentar evitar todos os erros, com comportamentos “deixa ver se consigo”, você vai perder muitas oportunidades também.
REFLITA: Só erra quem tenta, e só quem tenta tem a possibilidade de ser bem sucedido.
Praticando a mudança de hábitos
É hora de definir os hábitos que se tornaram inconscientes e estão tomando o rumo de vida para e/ou por você, e criar outros mais capacitadores e desafiantes.
Apresento em seguida algumas formas de como fazê-lo:
Compreenda a verdade sobre os seus hábitos. Os hábitos representam os acontecimentos do passado (sucessos e insucessos). Você tem formado comportamentos automáticos, porque uma vez obtido sucesso com algo, temos uma enorme tendência para executar a mesma resposta da próxima vez, e esperar que funcione novamente. Esta é a explicação simples de como os nossos hábitos crescem e se enraízam: porque os sentimos serem tão úteis. Em psicologia podemos apelidar esta forma de aprendizagem de comportamento operante, ou seja, os nossos hábitos expressam-se em função das circunstâncias de reforço. Se ao executarmos determinado comportamento, e retirarmos reforço (sejamos bem sucedidos), automaticamente aumentamos a probabilidade de numa próxima situação idêntica, executarmos exatamente o mesmo comportamento.
Para fugir do que está causando a sua infelicidade e tristeza, você deve desistir de muitos dos seus hábitos a que mais se afeiçoou (e que anteriormente foi bem sucedido). Deve tentar novas maneiras de pensar e agir, isto porque provavelmente as formas antigas estão desadequadas e ultrapassadas. Esses velhos hábitos vão impedi-lo de encontrar ideias novas e criativas. Sem ideias novas, não há novas aprendizagens. Sem aprendizagens, não há acesso a mudanças bem sucedidas.
Faça alguma coisa, quase nada, mas de forma diferente e veja o que acontece. Mesmo os hábitos melhor sucedidos, eventualmente, perdem a sua utilidade à medida que as coisas vão mudando no mundo, e novas respostas são necessárias. No entanto, nós temos uma enorme tendência para nos apegarmos aos hábitos instituídos dado o seu benefício no passado. Porém grande parte das estratégias do passado estão condenadas ao fracasso em algum momento. Deixar que se tornem hábitos automáticos e que assumam o controlo da vida é um caminho certo para a auto-sabotagem e insucesso.
Tire algum tempo para si e tente construir uma visão detalhada de si mesmo, sem tabus. Descobrir os seus hábitos inconscientes pode ser difícil. Para começar, eles estão inconscientes, certo? Em seguida, eles exercem uma enorme influência sobre o seu pensamento. Pergunte a qualquer pessoa que já tenha desistido de fumar se os hábitos são difíceis de quebrar. Se você já se acostumou a eles, criou um conjunto de “vícios” que exercem um enorme estímulo para serem executados. Comece por observar o seu comportamento e a sua atitude em situações que é rígido, que explode com facilidade, que é demasiado crítico, em que muda radicalmente de humor, em que é extremamente teimoso e de ideias fixas, ou pelo contrário, onde se sente como um peixe fora d’água”.
Seja você mesmo. É fácil supor que você sempre tem que adaptar-se para caminhar no mundo.
Respostas de 2
Vou voltar aqui sempre e ler novamente até conseguir. Me sinto preso, sinto que vivo o mesmo dia todo dia e preciso mudar!
Gabriel, fico muito feliz em saber que o artigo ressoou com você. Reconhecer que você precisa sair da sua zona de conforto é um grande primeiro passo!
Sentir-se preso em uma rotina repetitiva é algo que muitos de nós experimentamos em algum momento. Aqui estão algumas sugestões para começar a fazer mudanças e potencializar sua vida:
Defina metas claras: Comece com pequenas metas que você pode alcançar diariamente ou semanalmente. Isso pode ajudar a criar um senso de progresso e realização.
Experimente novas atividades: Tente algo novo que você sempre quis fazer, seja um hobby, esporte ou aprendizado. Isso pode trazer um novo ânimo e entusiasmo à sua vida.
Faça pequenos ajustes: Às vezes, pequenas mudanças em sua rotina diária podem ter um grande impacto. Experimente uma nova rota para o trabalho, mude a ordem das suas atividades diárias ou reorganize seu espaço.
Pratique a autocompaixão: Seja gentil consigo mesmo durante esse processo. Mudanças significativas levam tempo e paciência.
Busque apoio: Conversar com amigos, familiares ou um mentor pode fornecer novas perspectivas e motivação. Não hesite em procurar apoio se precisar.
Volte sempre que precisar de um incentivo ou lembrete. Estou aqui para apoiar sua jornada de crescimento e mudança. Você tem o poder de transformar sua vida, um passo de cada vez. Boa sorte!